Cidade de Vassouras


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Coleção Primavera/Verão - 2009 - Gelsomina - Siena - Itália



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terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou mero acaso. É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos querem bem. É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou mesmo nossa sensibilidade para isso. É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras. Evitar sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva e as mágoas, que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. É valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são destinados. E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível, aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las.

Friedrich Nietzsche


A gente não conhece a palavra fim.
Fim do amor.
Fim da amizade.
Fim da felicidade.

A gente conhece...
O fim da tristeza.
O fim da corrupção.
O fim da mentira.

E você: que sentimentos e vontades
 você não deseja que tenham "fim"?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Das Vantagens de Ser Bobo

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Clarice Lispector

sábado, 19 de janeiro de 2013



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Dona Cila

Maria Gadú

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu
Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé
Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto
Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé
Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer
Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um manto a ela, que ela me benze aonde eu for
O fardo pesado que levas
Deságua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim


Antigamente, quando ficava triste, eu queria que a alegria viesse em meu socorro em minutos, como se ela fosse a próxima estação do metrô. Não queria atravessar ruas desertas, pontes frágeis, transversais melancólicas, não queria percorrer um trajeto longo até conquistar um estado de espírito melhor. Queria transformação imediata: da estação Tristeza para a estação Hip-Hip-Hurra, sem escala e sem demora.
Eu era ingênua em acreditar que poderia governar meus sentimentos. Como se fosse possível passar por estações deprimentes sem as ver, deixá-las para sempre presas no underground e saltando nas estações que interessam: Euforia, Segurança, Indepêndencia. Os pontos turísticos mais procurados.
Viver é uma caminhada e tanto, não tem essa colher de chá de selecionar onde descer. É preciso passar por tudo: pelo desânimo, pela desesperança, pela sensação de fracasso e fraqueza, até que a gente consiga chegar a uma praça arborizada onde iniciam outras dezenas de ruas, outras tantas passagens, e a gente segue caminhando, segue caminhando.
Locomover-se desse jeito é cansativo e lento, mas sei que não existe outra maneira consciente de avançar. Metrôs oferecem idas e vindas às cegas. Mantém nossas evoluções escondidas no subterrâneo. A gente não consegue enxergar o que há entre um desgosto e um perdão, entre uma mágoa e uma gargalhada, entre o que a gente era e o que a gente virou.
Não tem sido fácil, mas sinto orgulho por ter aprendido a atravessar, em plena luz do dia, o que em mim é sombrio e intricado. Não me economizo mais. Me gasto.
 
Martha Medeiros

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Na vida, quem perde telhado, ganha estrelas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


“Lembro-me de que, quando menino, em uma cidade do interior, os homens se reuniam após o jantar para contar casos. As histórias eram fantásticas, e todos sabiam disso. Mas nunca ouvi ninguém dizer: “Você está mentindo”. A reação apropriada a um caso fantástico é outra: “Mas isso não é nada...” E o novo artista inicia a construção de outro objeto de palavras. Faz pouco tempo, dei-me conta de que, naquele jogo, o julgamento de verdade e falsidade não entrava, porque as coisas eram ditas não para significar algo, as coisas eram ditas a fim de construir objetos que podem ser belos, fascinantes, engraçados, grotescos, fantásticos... nunca falsos...”

                                                                               

                                      Rubem Alves      

domingo, 13 de janeiro de 2013


Espiritualidade é um estado de consciência;
não é doutrina, não!
É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.
É o valor consciência da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados.
É mais do que só viver;
é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo,
para respeitar o próximo e a natureza.
É ter a plena noção de que nada acaba
na morte do corpo, pois a consciência
segue além, algures, na eternidade…

É saber disso - com certeza -,
e não apenas crer nisso.
É viver isso - com clareza -,
sem fraquejar na senda.
É ser um presente, para si mesmo,
para os outros e para a própria vida.

Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos.
E isso não depende dessa ou daquela doutrina;
depende apenas do próprio despertar espiritual;
depende do discernimento consciencial
se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio
das próprias energias, nos atos da vida.
Ah, espiritualidade é qualidade perene;
não se perde nem se ganha; apenas é!

É valor interno, que descerra o olhar para o infinito…
para além dos sentidos convencionais.
É janela espiritual que se abre,
dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo!

Espiritualidade é essa maravilha:
o encontro consigo mesmo, em paz.
Espiritualidade é ser feliz,
mesmo que ninguém entenda por quê.
É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo!

É quando o seu chacra do coração
se abre igual a uma rosa, e você se sente
possuído por um amor que não é condicionado
a coisa alguma, mas que ama tudo.

É quando você nem sabe explicar porque ama;
só sabe que ama.
Espiritualidade não depende
de estar na Terra ou no Espaço;
de estar solteiro ou casado;
de pertencer a esse ou aquele lugar;
ou de crer nisso ou naquilo.

É valor de consciência,
alcançado por esforço próprio
e faz o viver se tornar sadio.

Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ!
Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora:
SER UM PRESENTE!
Paz e Luz.


Wagner Borges

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


terça-feira, 1 de janeiro de 2013