"A alma chora
É frio, é chuva lá fora.
É chuva cá dentro
É chuva cá dentro
É chuva que chora
Um choro contínuo,
De alma molhada!
São lágrimas frias e finas
Em forma de garoa
Que me molham os gritos
Gritos que ninguém ouve,
Gritos de alma ferida!
Vindos da alma gelada.
Vindos da alma gelada.
Então como falar de vida?
E pintá-la em arco-íris
Se as cores me foram lavadas
Já escrevi de carinho
De afeto espalhado pelo caminho
Já escrevi um poema colorido
Tendo o coração dolorido
Somente para enfeitar
E ver a alegria brotar
Aos olhos de quem lê
Entretanto,
Não eram palavras minhas!
Eu não me via estampada nas linhas
Aos meus olhos chegavam
Apenas contornos sem tintas
Não há cor que me fende
Não sou colorida por dentro
Não sou colorida por dentro
No peito trago a herança,
Das folhas secas do outono,
Eternas folhas cinzentas!
Foi quando então decidi
Escrever do meu reflexo no espelho
Aquela que vive na penumbra
De uma distante infância
Na chuva fria e contínua
Permanece a criança."
Na chuva fria e contínua
Permanece a criança."
(Desconheço o autor)
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