Não toque em mim
De onde surgiu o tom maravilhoso e incrível, todo em variadas cores de minhas asas?
Tenho em meu cabelo, unhas e asa uma proteína chamada quitina que me protege e acalenta.
Eu sou esplêndida e vim para disseminar frescor, leveza, brilho e belezas ornamentais.
Eu sou um animal pequeníssimo com camadas finas desta proteína, que reveste minhas asas nas mais diversas funções em diferentes espécies de minhas colegas-irmãs.
Não toque em minhas asas jamais!
Posso morrer certamente.
Mantenham estas suas mãos e dedos atrevidos longe de mim. Necessito destas camadas mínimas para promoverem a absorção de calor, proteção conta insetos outros; também para favorecerem o contato entre minhas asas e a corrente de ar nos meus belíssimos e sinuosos vôos.
O ato de voar é arte, graça divina, para o alegre êxtase de vocês humanos.
Meu sangue é frio, daí a necessidade de fontes externas de calor, a fim de manter nível alto de temperatura, sem o que como seria a funcionalidade de meu corpo?
Predador-humano, você ao manusear estas camadas talvez me fira, machuque, quebre minha asa, se o toque for inconveniente ou inadequado.
Nossa vulnerabilidade, fragilidade, leveza estão expostas a inúmeros perigos de destruição em quaisquer segundos ao vagarmos a esmo entre as florinhas de um jardim.
Como seres dotados de esplendor e arte no borboleteio arquitetônico de magníficas e belas ondulações, criamos encantos mil.
Com estes prodígios mirabolantes, permitimos ao espectador comum ou a qualquer artista a oportunidade de expandir sua arte criativa, expô-la, sempre inspirada na simplicidade de um pousar sereno de nós, incógnitas borboletas.
Mote ao poeta, modelo ao pintor.
Instrumento da mãe-natureza, para expressão do belo.
Eu sou ou não sou demais?
Não toque em mim!
Maria de Lourdes Liporoni Martins
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Recebi de minha amiga virtual Dide Liporini, a autora.
Curtam o lindo texto.
Beijos!
Fatinha
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